sábado, 26 de julho de 2014

Ainda se trata de você.

    Já é tarde, faz frio, meu estomago dói tanto quanto o buraco que você deixou no meu peito, toca Frank Sinatra repetidas vezes faz algumas horas e as lágrimas ainda não se foram. Começo a perceber o quão difícil é respirar sem você aqui, é quase impossível sonhar com todo esse seu silêncio, cada vez que tento esquecer só me lembro mais e não há nenhuma droga no mundo capaz de me ajudar, azar meu.
    Eu só queria um pequeno drama, algo que eu pudesse glamorizar em minhas memórias, algo como se  existisse algum dia um "Eu e Você", ao invés disso só existiu o "Eu sem Você" e uma bagunça mental que vou demorar meses pra por tudo em seu devido lugar. As lembranças batem como um martelo na minha cabeça, as borboletas demoraram para aparecer e hoje morrem devagar dentro de mim por não existir nada que possa servir de alimento já que justamente a parte que cumpria esse dever foi a que você levou de mim. 
   Queria ter certeza de que tudo o que me dizia foi mentira, não ter acreditado em nenhuma palavra sua, em nenhum dos seus beijos que me devolviam cada vez mais o meu ar, em nenhum dos seus abraços que me escondiam do mundo, mas a única certeza que tenho é que as únicas mentiras ditas quando te encontrava, eram as que meu coração insistia em contar pra mim mesma. E por mais que eu tente te culpar por algo eu jamais irei conseguir, porque eu não sou assim. 
   A música do nada para, talvez seja a hora de eu parar também. Mas sabe, de vez em quando sei que ainda vou esperar a quebra do teu silêncio, que você me devolva o que levou embora e o Adeus que você não deu.