Um dia desses te falei "não sei caber em um coração como o seu, eu sou só excessos" e o silêncio se encarregou de lhe dizer todo o resto. Essa semana você cansou da bagunça que eu esparramava em sua volta sem me importar com o que isso significaria. Me disse adeus, pegou todo o meu caos e me devolveu, enquanto eu fiquei parada ali sem saber o que sentir. Nessa semana decretei o meu fim. Me afoguei nos meus excessos sem saber nadar, só aí entendi o quão exaustivo era gostar de alguém como eu.
Dessa vez não vomitei amores falidos mas sim o que sentia só que não assumia, gritei a plenos pulmões pra você escutar o quanto doía, te mostrei minha fragilidade que até eu desconhecia. E logo eu que sempre fui tão indiferente aos outros, senti como se mil agulhas perfurassem meu corpo ao escutar teu choro, e pensar que minha indiferença te fez ir sufocando aos poucos sem eu perceber, ver isso fez eu me odiar. Como precisei chegar até esse ponto pra perceber como era doloroso não prestar atenção em você?
Por tanto tempo fomos capazes de enganar nós mesmos, fingir que nada importaria enquanto o outro estivesse ali, achar que o tempo iria parar por conta de nossos caprichos. Não era bem assim. Foi quando entendi que pela primeira vez eu precisava de alguém. Precisava de você pra me ensinar a "caber", me mostrar que nenhum trauma do passado pode continuar me perseguindo, me mostrar que é melhor olhar pra frente ao invés de olhar apenas para o chão. Então, me mostra como é o seu gostar, como é preencher e não transbordar, me mostra que não sou só o seu caso perdido, porque eu descobri que não tem coisa melhor do que ouvir teu riso feliz por estar comigo. Continua a olhar pra mim e não através de mim, a me mostrar que não tem mal algum em ser gostada de vez em quando, me faz esquecer de amores unilaterais que só me fizeram sofrer, continue a me abraçar em público mesmo sabendo o quanto vou te odiar por fazer isso e promete que vai voltar pra segurar minha mão quantas vezes eu precisar ou simplesmente por gostar.
Ps: agora você pode continuar a colecionar retalhos sobre mim e saber que eu escrevo sobre você.
